Offshore: a engrenagem que move Macaé

Lídia Gonzalez Gonzalez
Bacharelanda em Comunicação Social
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora

Resumo

Com este artigo pretendemos analisar o desenvolvimento da cidade de Macaé, após o inicio da exploração de petróleo na década de 70 e a chegada de grandes industrias de offshore, mostrando como o surgimento dessas empresas trouxe para Macaé oportunidades de emprego, qualidade de vida e desenvolvimento.

Palavras-chave: Petróleo, desenvolvimento e crescimento.

 

ABSTRACT

This advertisement we’ll pretend analyze the development Macaé city, afther the began of petroleum wasteful. In the decade 70 and the arrive at big industry of offshore showing with the arrive at this industry comes to Macaé job oportunity, life quality and development

Key words: Petroleum, development and growth.

 

 

Introdução

Em 1977 começava uma nova era na cidade de Macaé, era perfurado o primeiro poço de petróleo. Foi instalado pela Petrobras um terminal de extração numa área de 197 mil metros quadrados, na praia de Imbetiba, praia famosa por reunir a população em seus barzinhos e que agora conta apenas com o embarque e desembarque de petroleiros. A explosão inicial do processo de mudanças econômicas e sociais trouxe uma série de problemas como a falta de moradia para a mão-de-obra flutuante e especializada, abastecimento d’água e saneamento básico ineficaz, excesso de veículos nas vias publicas e o aumento no custo de vida. "A população da cidade cresceu de 40 mil para 137 mil habitantes em menos de 20 anos, o que a transformou num modelo para todos os problemas e benefícios trazidos pelo rápido desenvolvimento gerado pela explosã o petrolífera".

Um dos setores envolvidos é o offshore que é o responsável direto pelo desenvolvimento ocorrido em Macaé e significa ‘fora da costa’, é a designação dada para o mercado que abrange a exploração de petróleo em alto mar, fazendo o abastecimento de plataformas de perfuração e extração, de navios petroleiros entre outros tipos de serviços. Esse mercado que parece ser fechado, na verdade, movimenta toda a economia macaense.

O surgimento cada vez maior de empresas e o crescimento da população colocaram Macaé em destaque, sendo visada cada vez por mais empresas e mas pessoas como uma cidade com futuro promissor.

 

"Petrodólares"

Desde a década de 70 a cidade tem não só recebido empresas do setor offshore, mas também, incentivado o setor terciário macaense (comercio e serviços) o que privilegia os negócios para uma parte da população. O grande problema é disparidade, enfrentada desde a inauguração da Petrobras na cidade, o das pessoas excluídas no mundo do petróleo e não se beneficiam diretamente do "Ouro negro". O grande desafio é fazer com que toda a população consiga ser beneficiada pelos royalties, incentivo dado pelas empresas que exploram o petróleo na cidade, que tem que ser aplicados na eliminação de resíduos, saneamento básico, tratamento de água, planejamento urbano, construção de hospitais, desenvolvimento de telecomunicações entre outros. A Petrobras tem investido maciçamente na cidade, no ano passado foram investidos 5,2 milhões em programas sócio-comunitários, culturais e ambientais e investimentos de 17,4 milhões em infra-estrutura, segundo o gerente geral da unidade de Negócios da Bacia de Campos, Plínio César de Mello. Esses projetos são alternativas de desenvolver o município e não somente fazer assistencialismo. Com todas as diferenças sociais geradas, as empresas que chegaram em Macaé conseguiram colocar Macaé no status de quarto município do Estado em qualidade de vida.

Há expectativa do mercado de Macaé crescer muito mais em beneficio do petróleo, segundo Eric Henderson, diretor da Mg Media Group do Brasil Ltda. e organizador da BRASIL OFFSHORE 2003, o Brasil passa por um ano histórico no mercado do petróleo. O investimento em exploração e perfuração tem sido recompensados pelas novas descobertas e o Brasil e´ cotado para ser exportador em 2007.

De acordo com o presidente da Companhia Petrobras, José Eduardo Dutra a previsão de investimentos e da ordem de US$ 34,3 bilhões e a auto- suficiência na produção de 2006. No Brasil serão investidos cerca de US$ 29,9 bilhões entre 2003 e 2007, sendo US$ 7,2 bilhões ainda em 2003. O restante US$ 51,1 bilhões serão investidos na área internacional. No Brasil a prioridade e´ a área de exploração e produção, na qual serão investidos US$ 22,4 bilhões. A produção brasileira de enorme importância para o mercado, foi estabelecida a meta de 1,59 milhões de barris diários, o que aumentou a média do ano passado. Aumentou graças a descoberta da BC-60 no Campo Jubarte na Bacia de Campos.

 

Brasil Offshore

Durante os dias 4, 5 e 6 de junho, Macaé esteve no centro das atenções do mundo inteiro sediando o evento BRASIL OFFSHORE 2003. No total foram 12.349 visitantes no segundo dia e mais 21.623 visitantes contando 275 da imprensa no primeiro dia de feira. Foram cerca de 470 expositores, representando 1092 marcas de 23 países. Os países que estiveram na feira e seu percentual de participação são: Alemanha (6%), Argentina (0,6%), Austrália (0,1%), Áustria (0,3%), Brasil (54%), Canada (1,3%), Coréia (0,5%), Dinamarca (0,1%), Escócia (0,6%), Espanha (0,5%), Estados Unidos (22%), França (1,4%), Holanda (0,8%), Índia (0,1%), Inglaterra (2,7%), Israel (0,5%), Itália (0,8%), Japão (0,5%), México (0,1%), Noruega (3,5%), Reino Unido (2,1%), Suécia (1,4%), e Suíça (0,5%). No Brasil os percentuais são: Bahia (2,5%), Espirito Santo (1,5%), Minas Gerais (1,5%), Paraná (1,0%), Pernambuco (2,0%), Rio Grande do Sul (1,5%), Rio de Janeiro (72,0%), Sergipe (0,5%) e São Paulo (17,5%). No Estado do Rio de Janeiro as cidades participantes e seus percentuais são: Angra dos Reis (0,1%), Campos dos Goytacazes (1%), Duque de Caxias (1%), Macaé (27,0%), Niterói (3,4%), Nova Iguaçu (1,0%), Nova Friburgo (0,5%), Resende (0,3%), Rio de Janeiro (Capital) (36,5%) e São Gonçalo (0,5%). Macaé é apontada pela revista exame como a 84ª colocada entre os municípios com maior oportunidade de negócios e a 4ª no Estado do Rio de Janeiro, com a maior renda per capita do Estado e crescimento econômico anual de 10% nos próximos 10 anos. Segundo o diretor de petróleo da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Macaé), Paulo Juris, cerca de 8 mil empregos foram gerados com a BRASIL OFFSHORE devido as novas empresas que estão se instalando e as parcerias que foram feitas que gerou expansão no setor de serviços. A partir desse evento Macaé é considerada referência em petróleo na América do Sul.

 

Projetos de desenvolvimento

A procura de terrenos para a implantação de bases offshore esta fazendo com que cada metro quadrado da cidade passe a valer cada vez mais. Na área de maior concentração das empresas, o bairro Novo Cavaleiros, o preço do metro quadrado de um lote esta em torno de R$ 110, cinco vezes mais que há cinco anos. Em bairros mais afastados como o Parque dos Tubos o custo do metro quadrado é de R$ 15 a R$20. Esse aumento de preço não inibe as empresas e valoriza a cidade.

Para além de ser reconhecida pelo seu mercado promissor a cidade quer se tornar um modelo para o país.

 

"No biênio 2003-2004, cerca de R$ 300 milhões serão gastos em projetos ambientais, culturais, de desenvolvimento viário, de educação, de urbanização e de saneamento – estes últimos absorverão cerca de 30% do total de recursos. A Macaé do futuro anda na contramão do ônus resultante do crescimento desordenado, devido `a abertura do mercado brasileiro após a quebra do monopólio, em 1997. Estrategicamente localizada na área de abrangência da Bacia de Campos, viu a densidade populacional dar um salto, sem ter condições de acompanhar ritmo tão veloz. Através dos investimentos milionários iminentes, se prepara para manter-se saudável e atrativa por longa data."

 

Macaé se tornou um canteiro de obras. Primeiro foi a construção recorde do Centro de Convenções, se gastou cerca de R$ 20 milhões, numa área de 110.000m², e agora é a vez da Avenida Rui Barbosa se transformar em um Shopping a céu aberto. A prefeitura enfrenta o desafio de acomodar milhares de carros e controlar o fluxo de veículos cada vez maior depois de fechar a Avenida mais movimentada, sem planejar um novo percurso que reduziria o transito. Ao lado do Centro de Convenções será construído o NuPEM (Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé), sede de cientistas que estudam os ecossistemas locais. Obras também na Estação de Tratamento de Esgoto, ampliação do Aeroporto, a construção da Prefeitura, a linha azul entre outras obras de pavimentação. Entre os projetos mais ousados estão a reurbanização da entrada da cidade e a nova rodoviária, a reforma do Mercado de Peixes, Parque ecológico da lagoa Imboassica, Cais turístico, urbanização da orla Pecado/Imboassica e a construção do ginásio poliesportivo.

 

Conclusão

Quando em 1977 a Petrobras chegou em Macaé não se imaginava que em um espaço de tempo o setor de offshore fosse refazer toda a cidade. Pois agora em 2003 conseguimos analisar que, apesar dos malefícios trazidos pela exploração do petróleo, como o crescimento desordenado da cidade, Macaé consegue se erguer, crescer e ter um futuro promissor, oferecendo para quem vem grandes oportunidades para quem já esta aqui benefícios e para quem não conta com nada, expectativa de um futuro melhor. Por enquanto estamos só em um canteiro de obras e debaixo de um pilha de propostas interessantes, mas, somente cabe a nós e é nosso dever como moradores, fazer jus `a fama e o progresso trazido pelo "ouro negro" e realmente transformar a cidade em modelo para o Brasil e para o Mundo.

 

Referências Bibliográficas

BARCELOS, Flavia. Terreno super valorizado em Macaé e Macaé transformada para o futuro. Macaé offshore, Macaé, junho de 2003, paginas 24, 50, 51, 52 e 54.

Novos Projetos. Macaé a todo gás – Desenvolvimento econômico com qualidade de vida, Macaé, 2003.

Petróleo – Viva o Ouro Negro e Petróleo e desenvolvimento. Municípios em destaque, Macaé, julho de 1992, paginas 22, 23, 26 e 27.

O Debate, Macaé, 4, 5 e 6 de junho de 2003, economia.

O Debate, Macaé, 7 de junho de 2003, economia.