Macaé, século XX: Uma visão
histórica social
Patrícia Lane Dantas Magalhães
Bacharelanda em Comunicação Social
Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora
Resumo
No início do século XX, a pequena Vila
de Macaé passou à condição de cidade e permanecia
predominantemente rural.
Recentemente, a descoberta de petróleo ativou
o processo econômico local. Ao lado de uma tecnologia de ponta no
setor de extração petrolífera, surge uma concentração
de mão-de-obra especializada, de várias partes do país
e do mundo, proporcionando a expansão do comércio da região.
Palavras-chave: História,
petróleo, desenvolvimento econômico.
Abstract
In the beginning of the century XX, the small Town
of Macaé passed to the city condition and it stayed predominantly
rural.
Recently, the discovery of petroleum activated the
local economical process. Beside an up-to-the-minute technology in the
section of extraction Oil Company, a skilled labor concentration for work,
of several parts of the country and of the world, provides the expansion
of the trade of the area.
Key Words: History, petroleum, economic
development.
Século XX, Macaé conhecida como "Princesinha
do Atlântico", a cidade de Macaé tem uma história
bastante antiga. A cidade é um dos poucos municípios do
Estado do Rio com todas as qualidades para o seu desenvolvimento.
Na primeira metade dos anos 40, a cidade de Macaé
sai da sua rotina e passa a envolver a população no contexto
da Segunda Guerra Mundial. Como a cidade está situada no litoral
é considerada uma área estratégica. Na época
a cidade era regida pela guarnição o 3º do Regime de
Infantaria que ficou responsável por manter a segurança
do litoral. Na época a cidade vivia com a falta de luz, para se
prevenirem quanto a possíveis ataques por bombas.Os soldados do
Forte Marechal Hermes ficavam nas ruas para evitar qualquer vazamento
de luz.
Os soldados se informavam sobre a guerra no restaurante
Belas Artes, através de comerciantes e políticos, que faziam
os comentários pelo simples fato de assustar os soldados. Anunciavam
pela cidade que os japoneses que entraram na guerra contra os Alemães,
eram temidos, falavam também dos Kamikazes e das façanhas
japonesas com os seus submarinos passavam pela costa e nadavam ate a praia
carregando uma faca na boca. Eles eram tão silenciosos, que quando
os soldados percebiam a sua presença os japoneses já haviam
cortado o seu pescoço.
Por causa da guerra faltava combustível na
cidade. Na época os carros se movimentavam a gasogênio, gerando
muita poluição nas ruas. Os macaenses também sofreram
com a falta de gêneros alimentícios, principalmente com o
trigo que era exportado do Sul do País, que era transportado através
de navios que se encontravam sob ameaças de serem bombardeados.
O pão de trigo foi trocado por pão de milho, mudando o habito
alimentar da população macaense.
Foi através da Radio Nacional, que Macaé
soube do final da guerra, a população foram às ruas
comemorar com festas o fim da guerra.
Durante a década de 40, a cidade começou
a se desenvolver, foram construídos canais de drenagem e a construção
da usina hidrelétrica de Macabú que trouxe o desenvolvimento
para a cidade, tornando-a um grande centro comercial.
Durante a década de 50, acabaria a praga lançada
por Motta Coqueiro que, após ter sido condenado à morte
injustamente declarou que a cidade ficaria atrasada por um período
de cem anos. Cem anos passados Macaé tenta acompanhar o progresso
das cidades vizinhas.
Nos anos 50 e 60 o cinema toma conta da cidade, fazendo
com que as pessoas se encontrassem durante o período noturno. Era
comum encontrar pela cidade, cadeiras espalhadas pelas calcadas nas noites
quentes de verão.
Em 1964, com o Golpe Militar, a cidade de Macaé
fez muitas manifestações a favor do mandato de João
Goulart. O major Costa Braga foi punido com um grupo de pessoas que eram
a favor do Presidente da República. Muitos profissionais liberais
como professores, jornalistas, médicos, advogados foram presos
eles eram levados para a cadeia de Macaé, mas como o número
de pessoas eram muito grande a quadra do Ipiranga serviu como cadeia.
Um comando revolucionário foi formado nessa
época, representava o novo governo que se instalava no poder, e
era composta por pessoas da sociedade macaense.
A imprensa de Macaé relatava todos os fatos
que aconteciam na política. O jornal O Rebate, nas mãos
do João Diniz (antigo dono da loja Mesbla em Macaé), reproduzia
os pronunciamentos do comando revolucionário. Por um outro lado,
o Jornal de esquerda chamado de Vanguarda, foi produzido por Herivelto
Ferreira do Couto e tinha a finalidade de combater os atos revolucionários.
A Petrobras se instala na cidade durante a década
de 70, gerando um grande crescimento urbano. Com isso, empresas terceirizadas
se instalaram na cidade para prestar serviços a Petrobras, aumentando
ainda mais a população. Com esse grande crescimento demográfico,
houve uma grande demanda por serviços que e a cidade não
estava pronta para atender. Por causa do crescimento demográfico
acontecem uma série de problemas: falta de moradia, de água,
sobrecarga das vias públicas, aumento do custo de vida, saneamento,
etc...
A vinda da Petrobras também trouxe a Macaé,
a população flutuante, que nos momentos de pico, a cidade
tende a aumentar mais. Em cerca de quinze anos, a população
aumentou mais de cinco vezes, forçando a cidade a administrar de
forma racional os problemas e dar-lhes soluções adequadas,
o que nem sempre acontece. O grande aumento populacional junto com o desemprego,
gera um aumento da violência e da criminalidade.
Macaé corre o risco de tornar-se uma espécie
de Serra Pelada, provocada pela exploração do petróleo.
Muitos migrantes têm o sonho de enriquecer por aqui, mas a frustração
dos sonhos e a desilusão social rompem com a moralidade.
Referências Bibliográficas
PARADA, Antônio Alvarez. Histórias Curtas e Antigas de Macaé. Rio de Janeiro: Artes Gráficas, 1995.
BORGES, Armando. Histórias e Lendas de Macaé.
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